Como sabem tive o prazer e o privilégio de ser parte da equipa de voluntários do Anthony Robbins agora mesmo em ROMA!
Foi uma oportunidade fantástica de contactar com a energia de 4500 pessoas e poder dar o meu contributo para que a sua experiência fosse o mais proveitosa e espectacular possível...
Estavam mais de 150 pessoas na equipa de 12 países diferentes e uma delas partilhou a historia da sua chegada a Roma...
O Alex tem 21 anos, é cidadão britânico a morar em Singapura e há pouco mais de um ano e meio que acompanha o Tony Robbins. Apesar da sua tenra idade já visitou cerca de 25 países diferentes e por isso estava ansioso pela sua ida a Roma pela segunda vez. Ele não fala italiano e por isso quando saiu do aeroporto pediu indicações para chegar até à Fiera di Roma (local do evento).
Mesmo nos locais turísticos pouca gente fala italiano, mas ao fim de algum tempo, o Alex descobriu um autocarro que se dirigia para lá, só que saiu na paragem errada e viu-se perdido no meio de nenhures sem falar a língua, nem ter ninguém a quem pedir informações... Ao fim de algum tempo encontrou alguém e pediu ajuda, só que era muito difícil a comunicação e ele não conseguia saber como ia para a Fiera di Roma.
De repente, a policia aparece e interroga sobre o que se passa... Alex ficou um pouco mais aliviado pois achou que a policia poderia ajudá-lo. Os policias não falavam quase nada de inglês e depois de pedir o passaporte ao Alex começaram a interroga-lo sobre o que é que ele fazia em Itália e com quem é que estava... Nesta altura, convém esclarecer que quando nasceu, o Alex ficou cerca de 10 segundos sem respirar o que provocou danos no cérebro, o que implica que se desloque a maior parte do tempo numa cadeira de rodas motorizada e seja difícil compreender o que diz (mesmo quando se fala inglês).
Os policias recusavam-se a dar o passaporte de volta, pois diziam-lhe que ele não podia estar a viajar sozinho, que isso não era possível e por isso queriam saber com quem é que ele estava... Após o Alex explicar varias vezes que era parte do staff do Tony Robbins, que já tinha viajado por 25 países, que era isto que fazia e que apesar da sua reduzida mobilidade, ele viajava sempre sozinho e exigir o seu passaporte de volta, os policias ofereceram-se para o levar de carro à Fiera di Roma.
Final da história? Nãaaaoooo...
Levaram o Alex não para o evento, e sim para a esquadra, onde lhe negaram o passaporte e o questionavam por um numero de telefone para onde pudessem ligar para que alguém o viesse acompanhar... Alex começava a sentir-se muito perdido e foi respondendo que era isto que fazia, e sempre num tom muito amável pediu para fazer um telefonema... Pedido NEGADO!
Firme e sempre focado no seu resultado, Alex manteve a sua postura. A policia ligou então para a Embaixada Britânica em Roma para que pudessem servir de tradutores (pois nem na esquadra se encontrava quem falasse bem o inglês). Após 20 telefonemas, Alex disse: "Ou me levam lá ou me dão o passaporte e me deixam ir embora!"
A policia acedeu... Chamou um táxi e foi para Fiera di Roma!
Final da história? Nãaaaaoooo...
Quando chegou ao evento (com 5 horas de atraso), Alex deixou as malas e o computador, na sala reservada (e sem vigilância) ao staff, e rapidamente dirigiu-se para fazer as múltiplas tarefas que haviam. Como nem todos temos os mesmos conceitos sobre propriedade alheia, alguém levou o computador do Alex...
Quando no Domingo ele nos contava esta historia (com a ajuda de dois tradutores, um para italiano ou para repetir em inglês o que ele tinha dito) ele disse que nunca poderia recuperar os 3 anos de fotos ou o seu diário onde escrevia a sua alma e que o carinho, amor e apoio que recebeu de todos tinha tornado (mesmo assim) aquela quinta-feira num dos melhores dias da sua vida!
Os voluntários contribuíram para a compra de um computador, mochila e diário para o Alex, mas o mais marcante é ouvir da boca do Alex a resposta à pergunta: "E Alex, trabalhas?" ao que ele responde " Claro que sim! Sou Life Coach!"
E nós? Porque que padrões nos queremos reger? Qual é o nosso standard? Qual o grau de dor que estamos dispostos a enfrentar para chegar aos nossos objectivos?
6 comentários:
Olá Ricardo!
Sem dúvida uma boa história de resitência e determinação!
Estou a ver que mais uma vez viveste em grande esta nova edição da UPW! Vale a pena fazer o que nos apaixona, sem dúvida, e tu és um grande exemplo disso.
Não posso, no entanto, concordar com a tua pergunta "Qual o grau de dor que estamos dispostos a enfrentar para chegar aos nossos objectivos?". Existe uma pressopusição (eh eh eh, olha Milton) que implica que atingir objectivos implica dor...
Não acredito de todo que seja assim. Objectivos verdadeiramente inspiradores (os únicos que valem a pena, realmente ;) são tão motivadores que a mente está distraída demais para reparar em dor... Eu partilho da ideia que quando o percurso se torna doloroso ou não estamos a ir na direcção certa ou estamos a usar os sapatos errados... Por outras palavras, quando começamos a pensar mais no que custa do que no que nos reserva, o objectivo está a perder-se ou nunca existiu.
Por outro lado, como coaches e NLP'ers, acho que é mais importante sublinhar os aspectos positivos de um percurso determinado. Sugerir que vai existir dor, logo ao início, é uma aproximação que penso ser mais da psicologia clássica, e é possível que o nosso cliente / interlocutor / leitor comece por definir o que pensa ser o seu limite de dor e depois limitar os seus objectivos em função disso e limitar o seu própria crescimento dessa forma.
Mas pronto, é só a minha opinião :)
Um grande abraço,
Ric
Grande Ricardo,
É bom ler de novo os teus comentários que sempre nos fazem pensar e perceber se de facto estamos alinhados com o que dizemos!
Quanto à questão da DOR, é um optimo ponto aquilo que escreveste e gostava que te reportasses ao Paradoxo de Stockdale (http://www.hooversbiz.com/2009/01/08/paradox-of-success-the-stockdale-paradox/).
No fundo o que ele reporta é que o segredo para conseguirmos atingir as metas a que nos propomos é focarmo-nos simultâneamente no agora e no que está a acontecer e no futuro e no que queremos que aconteça.
É também o que o Tony Robbins preconiza quando explica o "pensamento inteligente", de vermos as coisas como elas são, criarmos uma visão e agirmos massivamente no agora.
A questão está em que quando pões para ti uma meta que é verdadeiramente desafiante, vão aparecer obstáculos (das mais variadas formas) e lidar com eles e com a Dor que alguns trazem (transformando falhanço em aprendizagem, frustação em ambição, desgaste em energia), tornando-a parte do prazer futuro de o atingir.
Estas observações "empíricas" tem sido sustentadas por estudos que mostram que este "double think", isto é, saber que vai haver obstáculos e que vamos lidar com eles e ter a motivação para os enfrentar sabendo que o resultado final será fantástico.
Da minha experiência pessoal, quando corri em 2008 a Maratona do Porto sem treino físico prévio, posso garantir que existiu DOR (toneladas dela) e que tal como nos grandes objectivos profissionais, pessoais ou emocionais, é o enfrentar esse obstáculo e ultrapassá-lo que nos traz as nossas maiores vitórias!
Concordo contigo (obviamente) que a PNL ajuda muitissimo a ultrapassar e resignificar qualquer obstáculo e que é uma ferramenta essencial para que nos dia-a-dia possamos ver a realidade como ela é (e não pior do que o que é)!
Abraço
Como é natural podiamos escrever paginas e paginas sobre objectivos e resultados (alias, este blog é sobre isso principalmente)... Espero que o meu comentário tenha esclarecido a minha opinião em relação à dor...
Boas!
Obrigado pela resposta :)
Não coloco, naturalmente, em questão o facto de haverem objectivos que implicam grandes doses de esforço e de compromisso e são geralmente os que trazem as melhores sensações de vitória.
A minha questão colocou-se apenas no focus da questão. Sendo a "dor" um dado, será que estamos a focar nesta não trará uma "dose extra" de dificuldade? Sendo um dado, não será, a partir daí, mais vantajoso focar no resultado final?
Perante um cliente, formando ou qualquer outra pessoa com um desafio (seja ele timidez, uma convicção limitador, um objectivo que sente inatingível, um fobia, etc.) não me imagino a perguntar-lhe quanta dor ele está disposto a enfrentar para superar o desafio. A dor é um dado, e já reparei que as pessoas até se focam bastante bem nela sem ajudas externas. Para mim a questão do Bandler é muito mais mais aliciante: "When you have what you want, how much PLEASURE will you be able to stand...?"
Resumindo a minha opinião, a dor e o desafio estão inerentes a tudo na vida. Focar no "preço" poderá ser desmotivador para algumas pessoas (com alguns Metaprogramas, e nisso o Bandler e o Robbins são opostos absolutos) e mesmo que não seja, penso que acaba sempre por desviar a atenção do prazer que se terá não apenas quando se atinge o objectivo mas ao longo de todo o percurso.
Talvez não me tenha exprimido bem porque não queria sequer questionar a ideia de que tudo tem um preço. Apenas quis focar que não é o preço que torna um objectivo irresistível, mas sim o que ele vai trazer por nós quando for atingido (sem falar das delícias no percurso).
Um abraço!
Ric
Excelentemente bem exposto Ricardo!
Acredito precisamente que o te torna o objectivo atractivo e inspirador é sem duvida o prazer que está a nossa espera do outro lado...
A questão do preço a pagar, só se põe claro, por forma ao cliente/formando/etc perceber se é mesmo (mesmo) isso que quer. 90% das pessoas diz que quer ser milionária, menos de 2% estão dispostas a pagar o preço de o serem. No fundo vemos que a esmagadora maioria não quer verdadeiramente ser "milionário", estando à procura de niveis de riqueza financeira ou emocional ou profissional ou fisica abaixo desses máximos...
Alias, vou mais longe a dizer, que só estamos mesmo dispostos a pagar o preço por aquilo que é verdadeiramente a nossa paixão ou propósito! E nesse momento (até parece) que o preço não custa tanto...
:):)
Abraço
"E nesse momento (até parece) que o preço não custa tanto..."
1110% de acordo :)
Aquele abraço,
Ric
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