Comércio "Tradicional" demais!

Texto originalmente postado por mim na YEN!

Numa noticia do Telejornal da RTP1 anunciava-se que Portugal era o país em que as vendas a retalho mais baixaram.
Um dos entrevistados diz: “Temos as mesmas pessoas, os mesmos custos, a mesma qualidade, a mesma oferta, só que os clientes não vêem...” Ora, onde estará parte da solução?

Num mundo em constante evolução, continuo a ver comércio tradicional muito parecido com o que via quando a minha mãe me levava pela mão a experimentar sapatos que não queria e roupa que não gostava!
Numa economia muito mais competitiva, não modificaram os horários, as decorações, as ofertas (não de preço) e principalmente (na maioria dos casos) não mudou o atendimento, que continua a ser rude, pouco polido, pouco comercial e interessado no cliente ou muitas vezes apenas a impingir...

Se quiser comprar uma camisa, posso escolher ir à baixa do Porto, apanhar trânsito, não ter onde estacionar ou pagar por estacionamento e chego à loja e ela já fechou pois está aberta quando eu estou a trabalhar! Se estiver aberta, eu pago (na melhor das hipóteses) o mesmo preço que pagaria ao ir a um shopping, recebo um atendimento (na melhor das hipóteses) igual ou escolho o shopping com dezenas de lugares grátis e disponibilidade de muitas outras lojas, restaurantes e horários muito mais flexiveis.

Eu sei que nem todos os comerciantes “tradicionais” se enquadram no que disse anteriormente e também sei que nem todos estão em dificuldades...

Será que há ligação?

2 comentários:

spritof disse...

Claro que sim... sinto o mesmo em Lisboa.

Já há mais de uma década... bem, há quase 20 anos... que partilho da ideia de que a baixa lisboeta deveria ser "transformada" num centro comercial a "céu aberto"... com entretenimento e estacionamento acessível (temo que, neste caso, não será de graça como no Porto).

Ruas em bom estado, organizadas, lojas com horários compatíveis e proteção nas ruas pedonais contra chuva... e produtos verdadeiramente interessantes (que há poucos)... estacionamento facilitado (e incrementado) e com zona de entretenimento tais como teatros, cinema, jogos, etc...

Porque não?
Bom... porque não sendo fácil construir os tais estacionamentos (apesar de ser possível e existirem algumas soluções adequadas), o preço por metro quadrado do espaço está elevadíssimo, seria necessário envolver dezenas de proprietários diferentes (complicado, já que alguns até devem estar incontactáveis), confluir todos os interesses individuais num objectivo comum, investir em estruturas de protecção (chuvas e vento, por exemplo), mudar quase todas as lojas da baixa (mentaliddades, tipo de lojas, produtos, etc.)...

enfim...


...acho que é mais barato construir centros comerciais fora da cidade ;)


Imagina uma espécie de Galleria Vittorio Emanuele II, mas ao nosso estilo...
http://www.tourism.milan.it/wps/portal/!ut/p/c1/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz94NQ8_Qj9KLN4c0tDv0BnCxMD_yAjUwNPA_9gD09XR2MDAxP9cJAus3g_f6NQNxNPQ0MLM1dDAyMzDxMnnzBPA3cXY4i8AQ7gaKDv55Gfm6ofqR9ljtsec_3InNT0xORK_YIML4_yfEdFAH0yr2Q!/dl2/d1/L0lJSklna21BL0lKakFBQ3lBQkVSQ0pBISEvWUZOQTFOSTUwLTVGd0EhIS83Xzc5MU5RQzg0ME9SMjUwSTBPU0hJRUEzMDA3L1JrX19fMTY!/?WCM_GLOBAL_CONTEXT=en/SITur/HOME/artecultura/architettura/loc76

Ricardo Peixe disse...

É um sonho muito bonito... :)